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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vírus do tipo 4 da dengue está em circulação

Os casos confirmados de dengue caíram 89,8% na região de Rio Preto em 12 meses. Queda maior que a média do Estado, de 52%. Foram 3.653 no ano passado e 35.985 em 2010. Os números da Secretaria Estadual de Saúde não são motivo para relaxar devido aos 16 casos do tipo 4 da doença registrados na região em 2011: 7 em Rio Preto e outros nove em Catanduva e Paulo de Faria, prova de que o vírus está em circulação.

“Toda a população está suscetível ao tipo 4 da doença, por isso é importante estarmos de olho na região de Rio Preto. A prioridade é colocar em prática o plano de controle de vetores em imóveis considerados estratégicos devido a grande circulação de pessoas”, explica Dalva Wanderley, assistente técnica da superintendência da Sucen. Mesmo com a redução no registro de ocorrências - todas autóctones (contraídas no próprio Estado) -, a região ainda é considerada prioritária para o Estado exatamente pelo fato do tipo 4 da doença, que há 28 anos não era detectado no País, estar ativo na região. Além disso, Rio Preto registrou uma epidemia de dengue em 2010, com 24.021 casos e 11 óbitos.

O número baixo de confirmações também não pode ser encarado com comodidade pela Prefeitura. De acordo com o virologista Maurício Nogueira, da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), o município precisa continuar com ações de prevenção e controle do vírus, já que a população está imune apenas ao tipo 1 da doença, que foi o que predominou durante os últimos três anos.

“Pela lógica, enquanto não houver mudança para os tipos 2 ou 3 não haverá epidemia, mas é preciso, além das ações de prevenção, fazer o controle desse vírus para que essa mudança não ocorra”, afirmou. O virologista afirma ainda que a quantidade de casos tipo 4 ainda não é preocupante, mas o vírus precisa ser monitorado. “A dengue 4 também precisa ser controlada, porém é um vírus que tradicionalmente não causa grandes epidemias”, observou o especialista da Famerp.

Ações

De acordo com a assistente técnica da Sucen, além das atuais ações de visitas às casas, de bloqueios e campanhas publicitárias, o foco deste ano são os imóveis considerados de risco como, por exemplo, depósitos de material de construção, de reciclagem e pátios de veículos por ser potenciais criadouros do Aedes. “Lugares como escolas, rodoviárias e supermercados não podem ter o mosquito porque tem muita gente circulando”, disse.

Em Catanduva, uma das 48 cidades do Estado com risco de epidemia, de acordo com índice LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti), a secretária municipal de Saúde, Vanessa Frias Couto Gallo, informa que as visitas casa a casa serão intensificadas e a equipe de limpeza urbana reforçará as ações.

Serão R$ 400 mil de investimento no município, valor que não inclui os honorários dos 64 agentes de saúde e gastos com veículos. “Nossa parceria com os agentes comunitários foi produtiva no ano passado, por isso vamos estendê-las aos funcionários da limpeza. Também vamos incentivar a formação de brigadas de dengue dentro das indústrias, além de capacitar professores para que o assunto faça parte da rotina escolar”, afirmou a secretária.

Mosquito está mais forte, diz estudo

A utilização em excesso de inseticidas tornou o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, mais resistente nos últimos anos. É o que identificou pesquisa da Unesp de Botucatu, que coletou larvas dos mosquito em Rio Preto, Barretos e outros oito municípios do Estado. O estudo, que foi coordenado por Maria de Lourdes da Graça Marcoris, pesquisadora da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) de Marília, identificou a resistência do vírus entre os anos de 1996 e 2009, com base em registros da Sucen, que colhe larvas do mosquito todos os anos para testar a eficiência do veneno. Quando o combate não está surtindo efeito, o veneno é trocado.

Nas larvas e mosquitos foram aplicados material que compõe os venenos caseiros e os que são utilizados pela saúde pública. O resultado mostrou que em todos os anos avaliados mais de 30% deles não morriam com a aplicação. “Quando passa dessa porcentagem, já é considerado uma resistência acima do normal. Isso mostra que eles estão mais fortes”, revela a coordenadora.

Para ela, o resultado é preocupante, já que não existem outros tipos de venenos para o combate. “Assim como os antibióticos, os venenos devem ser controlados. Não há muitas alternativas de produtos nesse caso. O ideal é eliminar o criadouro para diminuir a quantidade de mosquitos.”

Rio Preto aplicará verba de R$ 8 mi

O município de Rio Preto registrou queda de 96,4% dos casos de dengue no último ano comparado ao ano anterior, menor do que a média do Estado. Em 2011 foram 852 contra 24.287 nos 12 meses anteriores. Ainda existem outros 177 casos em investigação. O número de mortes também caiu, de 11 para um. Para manter o baixo número de ocorrências, a Saúde vai investir cerca de R$ 8 milhões, mesmo valor utilizado em 2011 para o combate a dengue.

O município quase dobrou no último ano a quantidade de agentes, passou de 350 para 600. Já as ações serão as mesmas deste ano. “A queda no número de casos mostra que as ações de bloqueio foram bem feitas. Pretendemos continuar esse trabalho”, afirmou Amena Alcântara Ferraz Cury, técnica responsável pelas ações de controle e prevenção da dengue do município. A secretaria espera também contar com a ajuda dos munícipes. “Todas as ações possíveis já estamos realizando. Chamamos a atenção da população para ajudarem a eliminar os criadouros”, disse a técnica.

Fonte: Diário Web

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