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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

México usa redes sociais para buscar informações e sobreviver

Antes da polícia ou dos repórteres chegarem à passagem subterrânea de Veracruz, onde homens armados despejaram 35 corpos em plena hora do rush na semana passada, o Twitter recebeu uma enxurrada de publicações que continham pânico e informações valiosas.


"Evite a Plaza Las Américas", escreveram várias pessoas, dando a localização. "Há homens armados", escreveram outras, acrescentando que "eles não são soldados ou fuzileiros navais, seus rostos estão mascarados".

Esses testemunhos se tornaram comuns no México no ano passado, especialmente em cidades violentas, onde a mídia foi atingida pela corrupção ou por assassinatos.

Mas as mensagens publicadas no Twitter sobre os corpos chegou num momento crucial - no mesmo dia em que a Assembleia do Estado de Veracruz transformou em crime o uso do Twitter e de outras redes sociais para minar a ordem pública.

Essa é a primeira lei do tipo no México, mas provavelmente não será a última. Pelo menos um outro Estado, Tabasco, está considerando uma medida semelhante, e em todo o México os funcionários públicos estão agora reclamando sobre as novas tecnologias que podem ajudar a espalhar rumores.

No entanto, de acordo com estudiosos e muitos mexicanos, a mídia social se tornou uma necessidade no país, e tem uma missão muito diferente da adotada nas revoluções árabe ou chinesa. Nesses países, as redes sociais têm sido usadas para evitar a identificação, a repressão e unificar grupos dispersos em grandes áreas.

No México, o Twitter, o Facebook e outras ferramentas são implantadas para a sobrevivência local.

Muitos mexicanos dizem que agora confiam mais no Twitter do que em agências de notícias locais e, em algumas áreas, pais e avós estão sendo ensinados por seus filhos a ficar online – especificamente para que possam estar seguros.

A lei Veracruz é especificamente destinada a falsos rumores que criam pânico desnecessário. Mas especialistas dizem que dada a rapidez dos relatos em tempo real da violência, também pode haver o perigo de processar pessoas bem-intencionadas que compartilham informações que podem estar erradas.

"A mídia social não é mais para se divertir e socializar no México", disse um colaborador do Borderland Beat do Estado de Tamaulipas, que atende pelo @ovemex. "As pessoas estão se unindo e expondo a verdade."
 
Fonte: Último Segundo

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