A inadimplência das empresas cresceu 19% no ano passado, informa relatório divulgado na manhã desta segunda-feira (dia 30) pela Serasa Experian. Trata-se do maior 'calote' em dois anos, mesmo assim, a alta foi inferior a observada em 2009 (25,1%). Naquele ano, os negócios sofreram diretamente os impactos da crise mundial após a quebra de diversos bancos nos Estados Unidos.
Segundo os economistas da Serasa Experian, em 2011 as empresas passaram por vários fatores que afetaram seu fluxo de caixa e, dessa forma, o desempenho desses empreendimentos ficou prejudicado. Entre eles, está o aumento da inflação, que pressionou os custos do empresário, os juros elevados - eles começaram a cair apenas no finalzinho do ano - e queda da atividade econômica de maneira geral.
Cuidados dos pequenos empresários
Economistas consultados pelo Estadão PME acreditam que a inadimplência e o endividamento devem diminuir neste ano. Mas esse cenário pode mudar para pior caso os problemas enfrentados pela Europa se intensifiquem com a quebra de instituições financeiras, como ocorreu em 2008.
Vale lembrar que a perspectiva de redução da inadimplência, ocorre, sobretudo, por causa da alta de 14% no salário mínimo – saltou de R$ 545 para R$ 622 – associada aos baixos índices de desemprego e a perspectiva de queda da inflação.
O dinheiro extra deve ajudar o consumidor a quitar suas dívidas. “Ao contrário do ano passado, o salário mínimo teve aumento real, o que melhora o poder de compra do consumidor”, explica o economista da consultoria LCA, Wermeson França. Segundo os especialistas, a inadimplência deve permanecer estável no primeiro trimestre do ano-novo e entrar em trajetória de queda a partir do segundo.
Mesmo assim, o empresário deve redobrar os cuidados com o caixa da empresa. Isso porque o acesso ao crédito tende a ficar mais difícil caso persista a crise na Europa. “Podemos ter a repetição de 2008, quando grandes empresas que se financiavam no exterior buscaram dinheiro no mercado doméstico e, para financiá-las, os bancos reduziram o crédito para pequenas e microempresas”, lembra Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Leia o que os pequenos fizeram para superar dificuldades
Roberto Miranda sabe bem como a falta de dinheiro pode impactar negativamente um negócio. Empreendedor desde os 17 anos, ele abriu em 20o1 uma escola de educação corporativa. Tudo ia muito bem e Miranda até tomou empréstimo para financiar a expansão da empresa. Com a crise de 2008, entretanto, ele acabou se endividando.
Sem reservas no caixa, o empresário viu sua dívida crescer e a empresa encolher. A solução foi trocar o espaço de mil metros quadrados, onde ficava a escola, por um modesto escritório de 33 m². Para aumentar o caixa, o empresário decidiu criar novos cursos e também passou a usar salas alugadas para a realização das aulas. “Transformei despesas fixas em variáveis”, explica.
Em um ano, Miranda conseguiu quitar as dívidas e hoje a escola voltou a ter sede própria, retomando assim o caminho do crescimento. “Agora prefiro negociar diretamente com os meus fornecedores”, afirma o empreendedor paulistano.
Quando comprou uma empresa especializada em terceirização de mão de obra com 30 anos de atuação no mercado, o administrador Leonardo Silva Leandro acreditava investir em um negócio comprovadamente sólido. Mas ele acabou surpreendido com a falta de controle financeiro do empreendimento, o que gerava inúmeros prejuízos e, dessa maneira, impedia a expansão pretendida por Silva. “Descobri que o pagamento de um contrato cobria os prejuízos do outro, as dívidas eram uma verdadeira bola de neve e o faturamento real da empresa era de apenas R$ 13 mil por mês”, relembra o empresário.
Silva Leandro, que não tinha experiência anterior como empreendedor, precisou apostar em seu talento como administrador. Mas ele também tomou decisões difíceis para garantir a sobrevivência da empresa. Sem crédito no mercado devido às dívidas, primeiro, Silva cortou custos e boa parte das posições de trabalho. De 60 funcionários, a empresa passou a contar com apenas oito pessoas.
Os preços dos serviços prestados pelo negócio foram recalculados e contratos deficitários, rescindidos. “Ficou claro que os antigos proprietários não conheciam a operação, caso contrário, enxergariam os problemas”, acredita Silva. O fato de a empresa atuar no mercado durante tanto tempo também ajudou o Empreendedor a conquistar credibilidade. Por isso, Silva fechou contrato com grandes parceiros, elevando assim o faturamento mensal para R$ 180 mil.
O bom momento permitiu ao negócio voltar a contratar – atualmente, 70 funcionários fazem parte da operação. “É essencial ter controle do fluxo de caixa e planejamento financeiro para superar as adversidades”, garante Silva.
Segundo os economistas da Serasa Experian, em 2011 as empresas passaram por vários fatores que afetaram seu fluxo de caixa e, dessa forma, o desempenho desses empreendimentos ficou prejudicado. Entre eles, está o aumento da inflação, que pressionou os custos do empresário, os juros elevados - eles começaram a cair apenas no finalzinho do ano - e queda da atividade econômica de maneira geral.
Cuidados dos pequenos empresários
Economistas consultados pelo Estadão PME acreditam que a inadimplência e o endividamento devem diminuir neste ano. Mas esse cenário pode mudar para pior caso os problemas enfrentados pela Europa se intensifiquem com a quebra de instituições financeiras, como ocorreu em 2008.
Vale lembrar que a perspectiva de redução da inadimplência, ocorre, sobretudo, por causa da alta de 14% no salário mínimo – saltou de R$ 545 para R$ 622 – associada aos baixos índices de desemprego e a perspectiva de queda da inflação.
O dinheiro extra deve ajudar o consumidor a quitar suas dívidas. “Ao contrário do ano passado, o salário mínimo teve aumento real, o que melhora o poder de compra do consumidor”, explica o economista da consultoria LCA, Wermeson França. Segundo os especialistas, a inadimplência deve permanecer estável no primeiro trimestre do ano-novo e entrar em trajetória de queda a partir do segundo.
Mesmo assim, o empresário deve redobrar os cuidados com o caixa da empresa. Isso porque o acesso ao crédito tende a ficar mais difícil caso persista a crise na Europa. “Podemos ter a repetição de 2008, quando grandes empresas que se financiavam no exterior buscaram dinheiro no mercado doméstico e, para financiá-las, os bancos reduziram o crédito para pequenas e microempresas”, lembra Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Leia o que os pequenos fizeram para superar dificuldades
Roberto Miranda sabe bem como a falta de dinheiro pode impactar negativamente um negócio. Empreendedor desde os 17 anos, ele abriu em 20o1 uma escola de educação corporativa. Tudo ia muito bem e Miranda até tomou empréstimo para financiar a expansão da empresa. Com a crise de 2008, entretanto, ele acabou se endividando.
Sem reservas no caixa, o empresário viu sua dívida crescer e a empresa encolher. A solução foi trocar o espaço de mil metros quadrados, onde ficava a escola, por um modesto escritório de 33 m². Para aumentar o caixa, o empresário decidiu criar novos cursos e também passou a usar salas alugadas para a realização das aulas. “Transformei despesas fixas em variáveis”, explica.
Em um ano, Miranda conseguiu quitar as dívidas e hoje a escola voltou a ter sede própria, retomando assim o caminho do crescimento. “Agora prefiro negociar diretamente com os meus fornecedores”, afirma o empreendedor paulistano.
Quando comprou uma empresa especializada em terceirização de mão de obra com 30 anos de atuação no mercado, o administrador Leonardo Silva Leandro acreditava investir em um negócio comprovadamente sólido. Mas ele acabou surpreendido com a falta de controle financeiro do empreendimento, o que gerava inúmeros prejuízos e, dessa maneira, impedia a expansão pretendida por Silva. “Descobri que o pagamento de um contrato cobria os prejuízos do outro, as dívidas eram uma verdadeira bola de neve e o faturamento real da empresa era de apenas R$ 13 mil por mês”, relembra o empresário.
Silva Leandro, que não tinha experiência anterior como empreendedor, precisou apostar em seu talento como administrador. Mas ele também tomou decisões difíceis para garantir a sobrevivência da empresa. Sem crédito no mercado devido às dívidas, primeiro, Silva cortou custos e boa parte das posições de trabalho. De 60 funcionários, a empresa passou a contar com apenas oito pessoas.
Os preços dos serviços prestados pelo negócio foram recalculados e contratos deficitários, rescindidos. “Ficou claro que os antigos proprietários não conheciam a operação, caso contrário, enxergariam os problemas”, acredita Silva. O fato de a empresa atuar no mercado durante tanto tempo também ajudou o Empreendedor a conquistar credibilidade. Por isso, Silva fechou contrato com grandes parceiros, elevando assim o faturamento mensal para R$ 180 mil.
O bom momento permitiu ao negócio voltar a contratar – atualmente, 70 funcionários fazem parte da operação. “É essencial ter controle do fluxo de caixa e planejamento financeiro para superar as adversidades”, garante Silva.
Fonte: Estadão
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