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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ilha de Boipeba tem praias preservadas, mangues e recifes, roteiro ideal para curtir o verão

Imagine um lugar com um rio cercado por extensos mangues e cujo mar seja repleto de recifes, formando piscinas naturais, ambos cercando uma ilha com 20 km de praias tranqüilas e preservadas, margeadas por coqueiros e amendoeiras. Agora pare de imaginar e prepare-se para comprovar que esse lugar existe: Boipeba, na Bahia.

O curioso é que, mesmo tão próxima da badalada Morro de São Paulo, foi só nos últimos anos que a pequena ilha começou a ser descoberta pelos turistas, passando a fazer parte do roteiro de quem visita a Costa do Dendê, no sul da Bahia.

Nada melhor para desvendar os encantos da região do que uma caminhada à beira-mar até o povoado de Moreré. O percurso dura em média, uma hora. Os mais preguiçosos podem seguir nos tratores – já que por lá não há a circulação de carros ou motos. Esses veículos ligam a Velha Boipeba a Moreré por dentro da ilha, enquanto as outras praias podem ser conhecidas separadamente.

Saindo de Boca da Barra, depois de 25 minutos pela Trilha do Outeiro, chega-se à Praia de Tassimirim. Lá já aparecem as primeiras piscinas naturais que, apesar de rasas são ótimas para banho. Faça lá sua primeira parada para recarregar as energias.

Depois, caminhe mais cinco minutos pela areia até chegar a Cueira, uma das grandes atrações da ilha. A praia, considerada por muitos nativos uma das mais belas de Cairu (município a que pertencem Boipeba e Morro de São Paulo), impressiona com seus 2,5 km de extensão, tomados por um coqueiral sem fim. Semideserta, não oferece infra-estrutura turística. Mas tem algumas barracas improvisadas que servem porções e pratos à base de lagosta, além de peixes fritos que custam muito barato. É uma boa pedida para o almoço.

Logo adiante você avistará o Rio Oriti, seguido pela Fazenda Boipeba, que dá acesso a Moreré. Cuidado na hora da travessia, pois o trecho é cheio de ostras que cortam os pés como navalhas. Portanto, cruze o rio de tênis, ou vá pelo mar quando a maré estiver baixa.

Ao atravessar os coqueiros da Fazenda Boipeba, você verá Moreré, onde estão as piscinas naturais mais famosas de Cairu, a um quilômetro de distância da areia. Nelas só se chega de barco, mas já dá para começar a curtir o mar no raso, mesmo. Bastam alguns passos para se encontrar com os tanques de água morna formados pelos recifes espalhados ao longo da costa. E pode esquecer o guarda-sol porque, aqui, quem faz sombra são as amendoeiras.

Onde comer
Se a fome bater, vá até a Mar e Coco – uma das poucas barracas da Praia de Moreré – e experimente a saborosa moqueca de camarão com banana da terra, uma das especialidades da ilha. Quem estiver disposto a abrir mão do conforto em nome da tranqüilidade e das belas paisagens, pode optar por ficar nessa parte da ilha.

Reduto de poucos visitantes, o vilarejo, com menos de 800 moradores, tem estrutura básica de turismo, com restaurantes simples, alguns campings e quartos alugados por pescadores. Os mais dispostos podem continuar a caminhada até a semideserta Bainema que, na maré baixa, também forma piscinas naturais. O mar é esverdeado e quase não há ondas, por causa dos recifes. O percurso da Boca da Barra até Bainema demora cerca de duas horas.

Moreré pelo mar
Para completar sua estada, faça um passeio de barco pela ilha, que parte da Boca da Barra por volta das 8h, quando a maré ainda está baixa. O roteiro mais procurado une as piscinas naturais de Moreré – com águas transparentes e cheias de peixes – à intocada Ponta dos Castelhanos, ao sul de Boipeba. Palco de muitos naufrágios desde a época colonial, a região é considerada pelos pescadores um santuário submarino. Totalmente deserta e sem qualquer estrutura turística, destaca-se como um dos lugares mais belos e preservados da ilha. O passeio dura, em média, quatro horas.

Outro percurso é a volta na ilha que, além das piscinas de Moreré e Ponta dos Castelhanos, inclui o povoado Cova da Onça, localizado no sudoeste de Boipeba, onde há uma parada para o almoço. A maior parte da viagem dura o dia todo (das 8h às 17h), é no barco. Por isso, fuja dessa opção se você costuma enjoar a bordo.

Não se preocupe com o assédio de guias, tão comum no litoral baiano. Em Boipeba é o próprio turista que, algumas vezes, precisa fechar um grupo para que o passeio role, principalmente fora de temporada. Nesse esquema, o visitante chega e negocia diretamente com os proprietários dos barcos, que podem fazer preços camaradas, dependendo do número de passageiros.

Boipeba x Morro
É impossível não fazer uma comparação entre Boipeba e Morro de São Paulo. Além de vizinhas, elas pertencem ao mesmo município, Cairu. Ao contrário da badalada Morro – repleta de turistas e com sólida infraestrutura – a pequena Boipeba ainda se conserva como um rústico vilarejo de pescadores. O vilarejo vive hoje o movimento turístico que começou em Morro quinze anos atrás.

Mas o futuro do povoado promete ser bem diferente do vizinho, que sofreu graves impactos por causa da atividade turística. Considerada Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1992, Boipeba é muito bem cuidada por seus moradores, que até fundaram uma associação para promover o desenvolvimento sustentável da ilha. A Amabo (Associação dos Moradores e Amigos de Boipeba) está envolvida em praticamente tudo o que é pensado e realizado, de projetos sócio-ambientais ao turismo.

Nos últimos anos, Boipeba vem melhorando sua infraestrutura, mas ainda tem muito chão pela frente. Há poucos bons hotéis e a oferta de restaurantes é pequena. O agito noturno é quase nulo, salvo um par de bares que organizam pequenas festas na alta temporada e as apresentações no Quintal Cultural. As agências de passeios ainda estão se consolidando e muitos guias, apesar de simpáticos e receptivos, ainda não têm experiência no ramo.

Mas todos estão buscando melhorar a qualidade dos serviços e diversificar as atrações locais. Quando estiverem “redondinhas” e se somarem às idílicas paisagens de Boipeba, certamente vão fazer da ilha a nova coqueluche da Bahia.

Vila de pescadores
Pode parecer loucura morar em uma vila de pescadores com pouco mais de 4 mil habitantes, e a três horas da cidade “grande” mais próxima (Valença, com 80 mil habitantes). Mas, depois de alguns minutos nas mornas águas de Boipeba, você entenderá a razão dos moradores. As atrações começam na própria viagem até a ilha, que tem duas vias de acesso: o mar e o Rio do Inferno que, apesar do nome (dado por causa dos bancos de areia que dificultam a passagem dos barcos), é o mais seguro, além de belo, todo margeado por manguezais.

O mangue, aliás, domina a paisagem também quando se chega em Boipeba, mais precisamente na praia Boca da Barra, o cartão de visitas da ilha. Cortada pelo rio e pelo oceano, a praia fica bem em frente ao coqueiral da Ilha de Tinharé, onde se chega até nadando, no caso de quem tem um ótimo preparo físico. Junto ao povoado de Velha Boipeba, é a região com a melhor infra-estrutura – barracas de praia, por exemplo, só existem em Boca da Barra, assim como as melhores pousadas.

Por isso, se o seu negócio é civilização e conforto, garanta sua estada por lá mesmo. Entre os cantinhos altamente recomendáveis – e mais caros – de hospedagem nessa praia estão as pousadas Vila Sereia. Lá, o ponto alto é o café da manhã, servido na varanda dos bangalôs, bem de frente para o mar. A Santa Clara tem um belo jardim tropical e um dos melhores restaurantes da ilha – sem esquecer os atraentes mosaicos que decoram o chão e as paredes da pousada, obra do artista plástico local Elias Santos. Quem busca opções mais em conta pode ficar na Velha Boipeba, o principal povoado da cidade.

Ele concentra aconchegantes pousadas com diárias acessíveis e  além de mercado, padaria, posto telefônico e todo o comércio da vila que, na realidade, não passa de algumas lojinhas de roupas e barracas montadas na Praça Santo Antônio. Por ali, o que mais vale a pena é o artesanato com matérias-primas locais, confeccionado pelos hippies que se espalham pela praça nos fins de tarde.

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