Deputados da região torram cerca de R$ 735 mil

Estadia no Saint Paul, em Rio Preto. Gasto em churrascaria, voos da TAM, assinatura de TV a cabo e despesa de até R$ 7 mil com combustível em um mês. Esses são alguns exemplos de gastos que os seis deputados estaduais da região de Rio Preto tiveram em 2011 e pediram reembolso da Assembleia Legislativa.


No total, o reembolso das despesas de Carlão Pignatari (PSDB), Itamar Borges (PMDB), Geraldo Vinholi (PSDB), João Paulo Rillo (PT), Sebastião Santos (PRB) e Orlando Bolçone (PSB) chegou a R$ 735,4 mil no ano passado. Os deputados – que receberam 13º salário de R$ 20 mil no mês passado – podem pedir reembolso de R$ 21,8 mil a cada mês. Os pedidos, de março a novembro, podem ser consultados no site da Assembleia: www.al.sp.gov.br

O “campeão” de despesas bancadas pela Assembleia, ou seja, pelo contribuinte, foi Geraldo Vinholi (PSDB), que tem base eleitoral em Catanduva, com R$ 195,5 mil. Boa parte do recurso vai para o tanque.

Em outubro, por exemplo, o tucano pediu restituição de R$ 7,2 mil gastos com combustível. Cada deputado tem à disposição um veículos Vectra novinho, comprado pela Assembleia em 2011.

O segundo colocado é o deputado Sebastião Santos (PRB). O total de pedido de reembolso foi de R$ 181,2 mil. Sebastião manteve média de R$ 5 mil em despesas com combustível, mas também pediu restituição de gastos feitos em restaurantes. Em abril, por exemplo, gastou R$ 59,29 no Ponto da Picanha, e pediu reembolso.


O deputado Itamar Borges (PMDB) foi o terceiro que mais solicitou reembolso no ano passado. O valor até novembro foi de R$ 158 mil. Em dois meses, Itamar pediu reembolso de R$ 8 mil de gastos com energia, telefonia fixa e celulares. Em novembro, Itamar pediu reembolso de R$ 246 gastos no Saint Paul Hotel.

O deputado Carlão Pignatari (PSDB) vem na sequência, com restituição de R$ 116,7 mil. O tucano acumula solicitações para gastos com combustível e também material utilizado em escritório. Em novembro, Carlão pediu reembolso de R$ 6 mil em combustível.

João Paulo Rillo (PT) pediu reembolso de R$ 66 mil. Em outubro, solicitou reembolso de R$ 6 mil gastos em assessoria. O petista costuma pedir reembolso de R$ 1,4 mil gastos com aluguel. Dados de João Paulo Rillo, porém, são maiores. Como líder da minoria na Assembleia Legislativa, o deputado tem direito a regalias que outros parlamentares da região não têm. Rillo, por exemplo, tem direito a mais um veículo, além de outro gabinete e computadores extras. As despesas não são computadas em sua prestação de contas.


Orlando Bolçone (PSB) gastou dez vezes menos que os “campeões” de reembolso. O deputado pediu restituição de R$ 17,3 mil. O deputado, porém, costuma pedir reembolso para as viagens de avião.


Assessores de deputados justificam despesas
Assessores dos deputados estaduais justificaram as despesas de reembolso com o argumento de que atendem o estado inteiro. A assessoria de Geraldo Vinholi (PSDB), por exemplo, afirma que ele não atende “apenas as regiões de Rio Preto e Catanduva.”


Segundo a assessoria de Vinholi, as despesas com combustível são justificadas com as visitas que o deputado faz às cidades para as quais libera recurso por meio de emendas.

A assessoria do deputado Sebastião Santos (PRB) também justifica as despesas com base em viagens pelo estado. A assessoria destaca que Sebastião conseguiu, por exemplo, R$ 736 mil para obras em Rio Preto.
Assessoria de João Paulo Rillo (PT) afirma que o fato de o petista ser líder da minoria não causa impacto em suas despesas.


Já Orlando Bolçone (PSB), que tem menor despesa, diz que o foco centralizado de seu mandato ajuda. “Meu foco principal é Rio Preto e região”, disse.