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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

As eleições que vão determinar os rumos do mundo em 2012


Marcado pelos protestos da Primavera Árabe, pela luta da Europa contra a crise econômica e pelo assassinato do terrorista Osama bin Laden, o chefe da Al Qaeda, 2011 foi um ano transformador. As agitações iniciadas no ano passado não ficaram confinadas ao passado e, em muitos aspectos, vão influenciar o que ocorrerá daqui para frente.
O ano de 2012 será particularmente emocionante no que diz respeito a eleições importantes. As populações de diversos países estratégicos vão às urnas escolher novos governantes e podem fazer de suas nações parte das soluções para os problemas do mundo, ou agravar ainda mais as dificuldades. 
Em 2012, quatro membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a instância máxima da ONU, podem trocar de governo, uma indicação de que agendas domésticas podem ter prioridade sobre temas que precisariam de uma atuação firme da comunidade internacional, como o combate às mudanças climáticas, a democratização do Oriente Médio e a paz entre Israel e palestinos. Nos Estados Unidos e na França, Barack Obama e Nicolas Sarkozy, respectivamente, disputam a reeleição com suas popularidades em queda. Na Rússia, Vladimir Putin tenta voltar ao poder diante da ascensão de seus opositores. A transição mais tranquila ocorrerá na China. Lá não existem eleições. Assim, em outubro, no próximo Congresso do Partido Comunista da China, deve ser confirmada a substituição de Hu Jintao e Wen Jiabao, atuais presidente e primeiro-ministro da China, por Xi Jinping e Li Keqiang. 
Confira abaixo os detalhes das eleições de Estados Unidos, França e Rússia e de outros cinco processos eleitorais.

 
 
Lucas Papademos, novo primeiro-ministro da Grécia (Foto: Thanassis Stavrakis / AP)

GRÉCIA
As eleições na Grécia, previstas para 2013, foram antecipadas para fevereiro de 2012 no acordo firmado em novembro entre o socialista Pasok e o direitista Nova Democracia. Sob o governo do tecnocrata Lucas Papademos, ambos estão coligados pela primeira vez desde 1974, mas nas eleições parlamentares estarão frente a frente. O vencedor formará o novo governo e deverá ter sobre seus ombros a pressão de toda a Europa, ciente de que uma nova instabilidade na Grécia pode, mais uma vez, colocar a zona do euro à beira de um colapso.
Vladimir Putin, que é candidato à presidência da Rússia em 2012, prefere não falar sobre denúncias de fraude (Foto: Ivan Sekretarev/AP)

RÚSSIA
Em 4 de março, os russos vão às urnas escolher o sucessor de Dmitry Medvedev em uma eleição que tem tudo para ser cercada de tensão. O atual primeiro-ministro, Vladimir Putin, é o favorito. Além de popular entre muitos russos, ele controla de perto a máquina estatal e as eleições na Rússia, mas no início de dezembro Putin perdeu a maioria qualificada nas eleições para o parlamento russo. Revoltados com as fraudes, milhares de russos foram às ruas protestar e mostraram que, pela primeira vez desde que se tornou a principal figura da política russa, Putin enfrenta uma oposição real.
TRIUNFANTE François Hollande  (no centro) comemora a vitória nas primárias do Partido Socialista. Ele já começa com 62% das intenções de voto nas pesquisas  (Foto: Thomas Samson/AFP)

FRANÇA
Quando o então presidente do FMIDominique Strauss-Kahn foi engolfado por uma acusação de tentativa de estupro, o caminho parecia livre para que o atual presidente da França, Nicolas Sarkozy, recuperasse sua popularidade e fosse reeleito. Mas a ascensão de François Hollande, que herdou a vaga de candidato socialista de DSK, mudou tudo. Hollande lidera as pesquisas e Sarkozy aparece em segundo lugar, cada vez mais ameaçado pela ultradireitista Marine Le Pen. A candidatura de Dominique de Villepindeve dividir ainda mais a direita moderada, tornando a situação de Sarkozy muito delicada. O primeiro turno ocorre em 22 de abril e, o segundo, em 6 de maio.
Mahmoud Abbas na ONU (Foto: Richard Drew / AP)

TERRITÓRIOS PALESTINOSNa última vez em que os palestinos foram às urnas, em 2006, o radical e religioso Hamas emergiu com a vitória. O resultado, rejeitado por Estados Unidos, União Europeia e Israel, provocou uma guerra civil entre o Hamas, que passou a controlar a Faixa de Gaza, e o secular Fatah (de Mahmoud Abbas), que controla a Cisjordânia. Em 2011, os dois grupos anunciaram uma reconciliação, mediada pelo Egito. O acordo é frágil, mas produziu uma data para novas eleições: 4 de maio de 2012. O resultado, e a forma como ele será recebido pelos palestinos e pelo mundo, podem determinar o futuro da causa palestina.
O marechal-de-campo Muhamed Hussein Tantawi, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, durante discurso nesta terça-feira (22) (Foto: Reprodução / Al Jazeera)

EGITO
No fim de junho, os egípcios devem ir às urnas para escolher o primeiro presidente eleito democraticamente na história do país. A promessa foi feita pelo marechal-de-campo Muhamed Hussein Tantawi, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, (a junta militar que controla o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak) após ser pressionado por novos protestos populares. A missão do futuro presidente do Egito é hercúlea: ele terá que conciliar os interesses dos militares, conter os poderes dos generais, manter relações estáveis com Israel e os Estados Unidos, contemplar os religiosos que venceram as eleições parlamentares e evitar que as ruas do país sejam novamente tomadas pelos manifestantes, cada vez mais impacientes.
Enrique Peña-Nieto (Foto: Divulgação)

MÉXICO
Para o escritor mexicano Carlos Fuentes, as eleições presidenciais de 1º de julho são as mais decisivas da história do México. Fuentes tem essa opinião pois o substituto de Felipe Calderon terá que se provar capaz de manter sua ferrenha luta contra a brutalidade dos cartéis de traficantes de droga que transformaram o México em um antro de violência nos últimos anos. Por enquanto, o favorito é Enrique Peña-Nieto, ex-governador do Estado do México, um integrante do Partido Revolucionário Institucional, o PRI, que dominou a política mexicana por décadas, mas que perdeu as duas últimas eleições presidenciais.
Hugo Chávez, durante coletiva de imprensa na Venezuela. Dessa vez, o anúncio foi no Twitter (Foto: AP)

VENEZUELA
Hugo Chávez enfrentará um duplo desafio em 2012. Além de confirmar a cura do tumor que enfrenta, Chávez deve encarar uma oposição unida nas urnas contra ele. Em fevereiro, cinco pré-candidatos disputam a prévia da Mesa da Unidade Democrática, o principal bloco oposicionista. O vencedor terá a missão de aglutinar todas as forças anti-Chávez. Em 7 de outubro, Chávez buscará mais um mandato de sete anos, até 2019. Se for eleito e se cumprir o mandato até o fim, Chávez completará 20 anos no poder na Venezuela. 
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anuncia a retirada total das tropas americanas do Iraque até o fim de 2011 (Foto: Susan Walsh / AP)

ESTADOS UNIDOSBarack Obama assumiu a Casa Branca carregando as esperanças de boa parte dos americanos. Desde então, a realidade se impôs, e ele sofreu desgastes por contas de temas como a crise financeira e econômica, a reforma no sistema de saúde americano e as operações no Iraque e no Afeganistão. Em novembro de 2012, ele será o primeiro presidente a encarar as urnas depois da ascensão do movimento radical conservador Tea Party e tentará apostar em seus trunfos: a morte do terrorista Osama bin Laden e o fato de ainda ser visto como capaz de enfrentar a crescente desigualdade social nos Estados, motivo principal de protestos que tomaram o país como o Ocupe Wall Street.

 Fonte: Época

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