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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Rio Pretense faz história nos EUA

A meio de rede rio-pretense Ana Gabriela Guerra faz jus ao seu sobrenome. Aos 21 anos e com 1,86 metro de estatura, ela encerra 2011 premiada como uma das melhores jogadoras de vôlei da Conferência Universitária dos Estados Unidos. Revelada pelo Rio Preto Automóvel Clube, em 2004, Ana despertou a atenção do Finasa Osasco, de São Paulo, onde atuou por cinco anos até optar por uma bolsa de estudos em fisioterapia na Universidade do Texas.

Ana Guerra poderia ter continuado no time paulista a caminho do profissionalismo (o sonho da maioria das atletas com a sua idade), porém, não recusou o convite da bolsa integral. “Primeiramente queria focar nos estudos, porque o vôlei não dura para sempre”, conta a jogadora. Em cinco anos de Osasco, Ana integrou as categorias infantil a juvenil. Em algumas ocasiões teve o privilégio de treinar entre as profissionais e contou com os conselhos da também rio-pretense Carol Gattaz, que atualmente defende o Vôlei Futuro de Araçatuba. “Eu tinha dificuldade por ficar longe de casa, chorava muito, e a Carol pôde me passar tranquilidade”, relembra a jovem.

Trocar o Automóvel Clube por uma cidade da Grande São Paulo, após uma infância simples em uma chácara de Talhado, distrito de Rio Preto, já havia sido um grande desafio em sua vida. “O coração de mãe fica muito aflito. São Paulo já era longe, imagine agora em outro país”, revela a mãe, Zezé, ex-jogadora de basquete e que atuou ao lado da rainha Hortência em Catanduva. Dona Zezé, grande incentivadora, confessa que, nem no seu melhor sonho, chegou a imaginar que esse seria o destino da sua filha. “Quando a levei no Automóvel Clube só queria que praticasse um esporte. Era uma moça muito alta e desengoçada, trombando em tudo”, relembra.

Aliás, o gosto pelo esporte está no sangue. Além da mãe, a família de Ana reúne entre os tios jogadores de basquete, atletismo e futebol. Entre eles, Fabiano, Grafitinho e Grafitão, que defenderam o time de basquete do América, e o ex-jogador de futebol Abel, com passagem pelo América e futebol japonês. O coração de mãe também endureceu quando Ana, por medo de encarar a Grande São Paulo, tentou recusar o convite do Finasa. “Precisei gritar com ela, dizer que não a amava mais e pedir para ir embora.” Apesar do discurso duro, a meio de rede agradece a atitude da mãe. “Olhei para ela e respondi: não vou voltar mais também”, conta Ana.

Enquanto esteve no Osasco, o técnico Todd Lowery, da Universidade do Texas, analisou uma série de vídeos com jogos da rio-pretense. A Universidade fez o convite, ofereceu bolsa integral, auxílio alimentação e, antes de cursar fisioterapia, providenciou aula de inglês por um ano (concluído em 2010). Nos Estados Unidos, a mais de 3 mil quilômetros dos familiares, o começo não foi fácil. A conversa com os pais ficaram bem limitadas. Sem fluência na língua inglesa, a timidez atrapalhou em muito na comunicação. “Isso tudo me fortaleceu. Quando cheguei, viajei seis horas de carro (do aeroporto de Houston até a cidade de Brownsville) com o técnico e não trocamos uma palavra. Até para tomar uma água comunicava por gesto. Já tenho vergonha de conversar em português, imagine no inglês”, revela.

A inibição, garante ela, dura até pisar na quadra. Não à toa, Ana assumiu o posto de capitã da equipe logo em sua primeira temporada. “Na quadra eu sou outra pessoa. Vivencio o jogo muito pilhada, o inglês fluiu naturalmente, não sei explicar.” Ana deve concluir os estudos em 2014. Até lá convive com a pressão por não tirar uma nota vermelha, além de manter manter o alto rendimento em quadra. “Se não conseguir pelo menos tirar a nota média, perco a bolsa.”

Mesmo empolgada com a possibilidade de obter um diploma nos Estados Unidos, ela conta nos dedos para fechar com um clube profissional após concluir o curso de fisioterapia em 2014. E a rio-pretense já vai conquistando mercado. “Já recebi sondagem de clubes italianos, onde adoraria jogar, mas preferiria mesmo a Superliga (Campeonato Brasileiro). Há muito empresário nas competições universitárias, os norte-americanos levam esses jogos muito a sério.”

Fonte: Diario Web

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