Com a alta nas vendas, também é maior a preocupação do Corpo de Bombeiros em relação aos acidentes envolvendo artefatos do tipo. Segundo o comandante operacional do posto de bombeiros de Araçatuba, tenente Wagner Francisco Peron, na virada do ano o número de queimaduras por acidentes com fogos é compatível ao índice de ocorrências do tipo atendidas durante todo um mês.
Segundo ele, a principal causa de ferimentos do tipo é a má utilização dos artefatos e também falhas. Peron explica que as principais lesões causadas por fogos de artifício são queimaduras, laceração e mutilação, especialmente na área do rosto e nas mãos. Para evitar acidentes, a orientação é utilizar os fogos seguindo corretamente as instruções que estão impressas na caixa.
"Uma resolução de setembro determina que os fogos não podem mais ser vendidos a granel, já que assim as instruções não podem ser vistas pelo consumidor. Para evitar acidentes, todos os artefatos devem vir em caixas e no caso de produtos importados, a tradução do modo de utilização é obrigatória. Também é importante que o consumidor procure uma loja legalizada para comprar os fogos, pois assim tem certeza de que o produto é seguro", disse.
BASE
Os bombeiros orientam aos consumidores que optem por fogos de artifícios que possuem uma base para segurar, assim as mãos não ficam em contato com o explosivo. Caso isso não ocorra, é importante construir essa base, que pode ser feita com fogos já utilizados.
faixa etária
Outra orientação importante é quanto à faixa etária para utilização dos produtos. Conforme a resolução de setembro, os artefatos chamados classe A são de uso livre, podendo ser manuseados até por crianças, isso porque além de não necessitarem de fogo possuem pequeno potencial explosivo.
É o caso dos estalinhos, por exemplo. Ainda assim, é importante a supervisão de um adulto. Os de classe B, com potencial explosivo um pouco mais elevado, devem ser usados somente por maiores de 16 anos, e os da categoria C e D são permitidos somente para maiores de idade. Em caso de grandes queimas, especialmente em locais públicos, um profissional chamado "blaster pirotécnico" deve ser contratado.
Também não é recomendado manusear a pólvora dos produtos. "Não se pode desmanchar o fogo de artifício para construir outro. Isso é muito comum, especialmente entre crianças, que costumam tirar a pólvora no intuito de fazer uma 'superbomba', por isso, ressalto a supervisão de adultos na combinação crianças e fogos", alerta Peron.
LOCAIS PROIBIDOS
Os fogos de artifício podem ser usados das 6h às 22h por conta do barulho, mas durante a virada do ano e o Natal, este horário se estende até a 1h. Não é permitido utilizar fogos próximo a hospitais e asilos.
Peron ressalta que se as orientações forem seguidas, provavelmente não haverá acidentes, mas caso eles aconteçam, a primeira providência é acionar os bombeiros pelo telefone 193. Muito se fala sobre ações que podem aliviar a dor da vítima ainda no local, mas segundo o tenente, a única coisa a ser feita é colocar a parte queimada sob água corrente.
"Nada que se diz sobre aliviar a dor de queimaduras, como passar pasta, borra de café, entre outras coisas, é verdade. O que se pode fazer para amenizar a dor é colocar o ferimento em água corrente enquanto se aguarda os bombeiros. Caso contrário, a lesão pode ser agravada", salienta.
COMÉRCIO
O sócio de uma loja que comercializa fogos de artifício em Araçatuba, Emanuel da Silva, diz que as vendas são expressivas no período de festas de fim de ano e ainda nas comemorações juninas.
Segundo ele, os mais procurados são as baterias que mesclam rojões e fogos de luzes e que não precisam ser manuseadas. "A bateria é colocada em um local amplo e depois é só acender, sem necessidade de contato. Além de dar menos trabalho, é uma segurança a mais aos consumidores", explicou.
Fonte: www.folhadaregiao.com.br
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