A empresa Jundiá Transportadora Turística, responsável pelo transporte coletivo em Catanduva, solicitou ao Executivo revisão no valor da tarifa do serviço. Segundo nota enviada pelo setor de comunicação da prefeitura de Catanduva, a empresa está pleiteando que a tarifa seja atualizada para R$ 3,36.
O pedido foi feito essa semana e a Secretaria de Trânsito e Transportes Urbanos (STU) está avaliando a solicitação. Junto ao pedido, a empresa apresentou tabela de custos que, segundo suas afirmações, justificariam o reajuste pleiteado, de cerca de 46%, na comparação com a tarifa que está em vigor desde 20 de janeiro de 2011, de R$ 2,30. Entre as justificativas, a Jundiá aponta custos de insumos do transporte e de mão-de-obra.
A Secretaria de Trânsito deverá se manifestar a respeito no início da próxima semana. De imediato, o setor considerou muito alto o reajuste solicitado e providenciará levantamentos para embasar sua análise. O último reajuste autorizado pela prefeitura foi de 10%, em janeiro, elevando a tarifa de R$ 2,10 para R$ 2,30.
Segundo o presidente da Câmara, vereador Daniel Palmeira (PDT), o reajuste é um abuso. “Um trabalhador que ganha um salário mínimo de R$ 545,00 vai ter dificuldades financeiras se utilizar o ônibus coletivo para ir ao trabalho”, falou à reportagem.
O parlamentar fez um cálculo básico, imaginando que uma pessoa que recebe por mês um salário mínimo utilize o ônibus para ir ao trabalho e retorne ao seu lar após suas atividades. “Se essa pessoa pagar R$ 3,36 duas vezes por dia, são R$ 6.72. Esse valor vezes os 22 dias trabalhados no mês dá R$ 147,84. Como uma pessoa vai sobreviver com o salário mínimo? Se tirarmos R$ 147,84 pagos pelas passagens dos R$ 545,00 do mínimo, dá R$ 397,16. Que família sobrevive com esse valor?”, questionou o presidente da Câmara.
Palmeira enviou ao prefeito, semana passada, um requerimento solicitando um estudo para que a prefeitura de Catanduva reduza a tarifa do ônibus coletivo. “Em Rio Preto tivemos um bom exemplo disso. A prefeitura daquela cidade subsidia parte do custo da passagem. Catanduva poderia fazer isso também”, frisou ela à reportagem.
O vereador Vagner Pimpão Bersa (PPS) disse que a empresa Jundiá está judiando da população. “Isso é um abuso. Não concordo. A população de baixa renda terá dificuldades para pagar esse valor”, falou.
Pimpão disse que estuda a possibilidade de convidar um diretor da empresa Jundiá para comparecer na Câmara e tirar dúvidas dos vereadores sobre o aumento pleiteado.
O vereador Francisco Batista de Souza (PDT), o Careca, sugeriu que a prefeitura reveja o contrato com a Jundiá. “Se a empresa não dá conta, que deixe a cidade e a prefeitura faça outra licitação. Diariamente temos reclamações dos ônibus coletivos e a empresa ainda quer aumentar o valor da passagem. Isso não é correto”, destacou.
A população, evidente, não aprova o aumento proposto pela Jundiá. “Isso é um absurdo. Não tem nem ônibus direito e ainda querem aumentar o valor. Onde já se viu isso”, falou Elisabeti Aparecida de Oliveira, que usa a linha Pachá, já que mora no Jardim Eldorado. “A passagem de R$ 2,30 já está caro. Não tem que aumentar nada”, frisou.
Cíntia Cristine de Almeida Oliveira disse que gasta atualmente aproximadamente R$ 20,00 cada vez que sai de casa rumo ao centro. Ela utiliza o ônibus com o marido e dois filhos. “Não tenho como pagar esse valor. A empresa quer ficar rica em cima da gente”, comentou.
José Pequeno Barbosa disse que de Catanduva para Catiguá a passagem é de R$ 2,65. “Como dentro de Catanduva vamos pagar R$ 3,36. Isso é alguma piada?”, perguntou.
Fonte: www.oregional.com.br
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