As Bolsas europeias fecharam em baixa nesta quinta-feira, depois que o BCE (Banco Central Europeu) rebateu as especulações de que estaria planejando aumentar as compras de bônus dos governos da região.
A autoridade financeira informou nesta quinta-feira que vai garantir que os bancos europeus tenham acesso a recursos para manter suas atividades por meio da oferta de empréstimos com prazo de 36 meses e um ano de carência. Anteriormente, o prazo máximo para operações desse tipo era de 12 meses.
Essa medida pode ser vista como uma extensão do plano anunciado no final de novembro, quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), o BCE e outros dos principais bancos centrais do mundo revelaram um plano para garantir a liquidez do sistema financeiro global, barateando o custo de empréstimos em dólares.
Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 1,14%, para 5.483 pontos; o CAC 40 perdeu 2,53%, para 3.095 pontos; e o DAX recuou 2,01%, para 5.874 pontos.
"Eu disse que o Programa de Mercados de Títulos não é eterno", comentou o presidente do BCE, Mario Draghi.
O BCE também reduziu as exigências de capital dos bancos europeus (o "reserve ratio", a parcela dos depósitos que deve ser mantida em dinheiro) de 2% para 1%, o que libera recursos para as atividades dessas instituições financeiras.
Devido à crise, muitos bancos europeus enfrentam problemas de saques e fuga de depósitos, bem como dificuldades para levantar dinheiro no mercado financeiro. Sem dinheiro, os bancos podem paralisar suas operações de crédito.
O Banco Central Europeu também comunicou a redução da taxa básica de juros para a zona do euro --de 1,25% para 1% ao ano-- o que tende a reduzir o custo de empréstimos.
RECESSÃO
Essas medidas podem ser entendidas como uma reação das autoridades econômicas à ameaça iminente de recessão no continente.
Conforme as projeções econômicas divulgadas também hoje pelo BCE, a autoridade monetária trabalha com um crescimento na faixa de 1,5% e 1,7% para 2011 entre os países da zona do euro.
Para 2012, o BCE já admite a possibilidade de uma recessão (contração de 0,5%) ou um crescimento bastante baixo (1%), e antecipa uma recuperação lenta para 2013 (crescimento previsto entre 0,3% e 2,3%).
"Essas revisões refletem principalmente o impacto sobre a demanda doméstica de um nível de confiança mais fraco e da piora das condições financeiras, decorrentes das incertezas relacionadas com a crise das dívidas soberanas, bem como revisões para pior da demanda externa", disse o titular do BCE, em um comunicado oficial divulgado logo após a decisão de política monetária.
ESTADOS UNIDOS
Nos Estados Unidos, o número de pedidos de seguro-desemprego recuou em 23 mil, para 381 mil, na semana até o dia 3. O nível é o menor desde o fim de fevereiro.
O dado da semana anterior foi revisado de 402 mil para 404 mil. Analistas previam queda de 7 mil, para 395 mil.
O setor bancário liderou as perdas, após a autoridade reguladora do setor (EBA, na sigla em inglês), revelar que as instituições europeias precisam de um aporte de 114,7 bilhões de euros. Commerzbank perdeu 9,5%, Deutsche Bank afundou 4,5% e Intesa SanPaolo recuou 8,9% e Societe Generale caiu 4,5%.
Fonte: Folha.com
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